sábado, 24 de setembro de 2011

Galileu e a Teoria Copernicana

É visto na teoria de Copérnico não apenas a verdade dos princípios conquistados, mas a certeza da validade universal de seus métodos, que por sua vez corresponde à orientação dinâmica da vida da cultura que inicia a Idade Moderna. A teoria de Copérnico é perfeitamente clara em Galileu, dado seu silêncio sobre as leis Keplerianas. Porém mais tarde ele acabou refutando Kepler ao mostrar que o saber tradicional opõe se à hipótese heliocêntrica. Galileu põe em evidência a estreita relação entre a teoria de Copérnico e a posição teórica geral da nova ciência físico-matemática, mostrando a universalidade dessa última. Apoiando-se na hipótese do movimento de revolução terrestre, Galileu introduziu: a infinidade e homogeneidade do universo, a relatividade das posições e dos movimentos, a simplicidade estrutural e coerência da natureza. Por fim baseado nos princípios do heliocentrismo, Galileu pressentiu e delineou os princípios essenciais da concepção moderna da vida.
Classificam-se em quatro grupos as idéias extraídas do Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo.
A)     Crítica à física aristotélica. A primeira crítica refere se ao uso impróprio de conceitos valorativos, como a perfeição do Universo. Ele isola desse conceito o sentido racional e liberta de impurezas reais que podem levar à dependência de falsas relações análogas. Depois ele enfrenta a teoria da distinção essencial entre céu e Terra com um astuto argumento engenhoso utilizando o próprio argumento da perfeição universal – que como dogma tem o caráter da universalidade e homogeneidade dos métodos do pensamento cientifico – portanto se afirmou que os movimentos circulares e os movimentos retilíneos podem ocorrer em todo o Universo. E ainda mostrando a insuficiência e a indeterminação teórica das referencias sobre os corpos naturais.
B)      Provas do movimento de rotação terrestre: Desconsiderando o testemunho dos sentidos e afirmando a relatividade dos movimentos Galileu considerou o movimento de rotação terrestre como uma explicação mais simples que a revolução da esfera das estrelas fixas e do Sol em torno da Terra. Mostrou também que para o observador na terra, tanto os movimentos geocêntricos quanto os heliocêntricos apresentam a mesma movimentação aparente do céu. A análise das demonstrações galileanas dos casos particulares, permitem pôr em total evidência vários motivos teóricos em que se estabelecem tais demonstrações. São mencionados como fundamentais: a queda de um grave da torre, lançamento de projétil, vôo das aves, estes para tornar claro e convincente a relatividade dos movimentos e sua conciliação.

C)      Provas do movimento de revolução terrestre: Os movimentos de revolução terrestre têm caráter astronômico específico. Diz que tudo que a teoria heliocêntrica explica é com maior simplicidade. As provas exigiam das novas descobertas experimentais, principalmente dos satélites de Júpiter, das fases de Vênus, da diferença da intensidade da luz dos planetas (grandeza), e dos movimentos das manchas solares. Foi posto como mais simples para a explicação dos movimentos dos planetas e do sol. Vale lembrar que isso ocorreu quando Galileu começou a fazer observações com seu telescópio “melhorado” por ele.
D)     Consideração final: A quebra que no sistema de Copérnico parece surgir da equivalência entre a distância entre os céus propriamente do sistema ptolomaico, levou Galileu a discordar do ingênuo finalismo da Física antiga e levou ainda a uma compreensão da realidade natural, que quando superada na sua infinidade os limites de todas as fáceis intuições e de toda a valoração humana, harmoniza ao mesmo tempo a finalidade das causas (teleologismo) e a funcionalidade mecânica da vida (mecanicismo). Trazendo os sistemas de relações parciais para fazer parte do sistema universal, que tem como base na sua intrínseca racionalidade, a realidade no seu conjunto.

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